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Mochileira de Jesus

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Deus Pai

Já faz um tempo no post A Liberdade da Escravidão descrevi nossa condição de servos diante do nosso Senhor. Desde do dia que eu escrevi isso, me auto-intitulo como escrava da vontade de Deus.

Cresci em uma igreja onde sempre deixaram muito claro a visão sobre dízimo, oferta e entrega em geral, para mim o DAR sempre foi o mais importante da  relação com Deus. Entendi desde de quando eu era criança que tinha que entregar tudo nas mãos do Senhor, que eu não podia ter nada que não pudesse oferecer a Deus.

Para qualquer missionário isso é primordial: deixar tudo por Ele. Tudo ia bem, até Deus me colocar em uma situação um pouco constrangedora, normal para quem está acostumado a fazer missões, mas muito estranha para mim.

Em outubro baixo a vontade de Deus irei para Malawi, será uma viagem muito gratificante e diferente de tudo que eu já fiz, vou usar minha profissão para construir uma escola para centenas de crianças africanas que são privadas de educação acadêmica, um lindo projeto que tenho o privilégio de participar.

Mas o desafio maior para mim nesses dias não é estar em outro continente com um idioma que não domino e sim chegar até lá. Preciso de aproximadamente R$ 8000 para viajar e tenho somente uma parte do dinheiro.

Eu acho que em toda minha vida nunca me senti privada ou limitada por falta de dinheiro, tudo que eu desejei, comprei. Carro, roupas, viagens, tranqueiras em geral, trabalhava e comprava sem muitos problemas. Mas agora o desafio é outro... não tenho dinheiro, não tenho cheque, não tenho cartão de crédito. Tenho o envio de Deus e a convicção que devo estar lá, e isso é tudo.

Vi todo o grupo comemorar a compra de passagens aéreas, enquanto eu pensava se realmente era da vontade de Deus que eu viajasse, já que Ele não havia enviado os recursos necessários. Orei e pedi a Deus um sinal que sua vontade era eu sair do Chile para essa missão. No dia seguinte uma pessoa me disse que sentiu que deveria me pagar a passagem para o Brasil (um dos trechos da viagem) e que estava orando por mim toda a semana e Deus havia falado que eu deveria viajar.

OK, eu já tinha uma confirmação, mas faltava mais dois vôos a serem comprados e o tempo correndo contra mim. Então orei novamente e disse:

- Entendo que o Senhor quer que eu vá para o Brasil, pois preciso ver minha família e fazer alguns documentos, mas se o Senhor quer que eu vá para a Africa, me dá algum sinal e que esse sinal seja dinheiro (modo inteligente de confirmar uma Palavra).

No mesmo dia uma amiga me chamou para tomar um café com ela e começou dizendo:

- Estive orando por você e a sua viagem para Africa, e Deus pediu para eu te entregar uma oferta para sua passagem, é uma oferta simbólica, entenda como um sinal de Deus, é uma oferta de R$50.

Era claro que isso era a resposta, mas eu me sentia mal de receber uma oferta de R$50 de uma pessoa que no momento não tinha muitos recursos. Senti a voz de Deus dizendo que eu precisava saber receber e aceitar que nem sempre o recurso vem do meu trabalho.

Na mesma semana recebi mais duas ofertas de R$500 e senti o mesmo constrangimento de receber dinheiro sem trabalhar. Fui conversar com o meu pastor e ele me disse algo tão intimo e profundo, me disse que eu era como o irmão do filho pródigo, que estava todo o tempo com o Pai, mas só pensava em trabalhar e não sabia receber.

Isso me recorda que tenho uma irmã por parte de pai e enquanto eu sempre me esforcei para ser boa filha, estar com minha família, tirar boas notas e servir a igreja, ela fazia qualquer coisa diferente do que isso, e meu pai ama nós duas do mesmo jeito!!! Eu que me esforçava para honrar-lo e ela que estava preocupada com outras coisas, tínhamos o mesmo pai, os mesmos direitos, a mesma família!

Eu sentia uma irritação até de estar na casa do meu pai e ver a mesma quantidade retratos de nós duas, mas essa conversa com o pastor me fez pensar que meu pai precisa ter mais fotos dela do que de mim, já que eu sou a filha que sempre estive com ele. Então posso entender que ela precisa de receber mais carinho do que eu, pois em poucas ocasiões teve a oportunidade de estar em família.

Mas voltando ao lado espiritual da coisa, eu aprendi a dar, mas pouco sabia sobre receber e estava servindo a Deus como uma escrava, quando Ele me adotou como filha. Não é só questão de direitos, exigir como o filho pródigo "♪ Restitui, eu quero de volta o que é meu ♫" e sair gastando como louca, mas sim usufruir da presença dEle como filha, receber presentes sem me preocupar em pagar com trabalho.

E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já NÃO ÉS MAIS SERVO, mas filho; e, se ÉS FILHO, és também herdeiro de Deus por Cristo. Gálatas 4:6-7

Para mim é difícil chamar o mesmo Deus de Pai e Senhor, não sei... nunca fui muito formal com meus pais, nunca os tratei por "senhor, senhora". Para mim um senhor é um chefe, um pai é um amigo, provedor e protetor.

Mas aos poucos Deus me há revelado sua paternidade, e me dá uma promessa:

"
E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso." II Coríntios 6:18


2 comentários:

  1. Glória Deus por este testemunho, Dayane! Fiquei impressionada com as confirmações e o tratar do Senhor em sua vida!

    Desejo que Deus te abençoe grandemente nesta nova caminhada, e que você possa frutificar muito para o Reino de Deus onde pisar!

    Também desejo toda provisão e recursos para a viagem, que sei que o Senhor irá te conceder! Em nome de Jesus!

    Fica com o PAI! ;) Que Ele te abençoe muito!

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  2. Olá Dayane! Que fera o seu testemunho! É lindo ver a provisão de Deus vindo de maneira sobrenatural. E essa questão de aprender a receber é tão forte, né?! Também tô nesse processo.
    Bom, na verdade, vim aqui para agradecer um comentário que você fez no meu blog no ano passado e acabou passando batido, só fui ver ontem... Mil perdões! Muito obrigada por suas palavras! Foram muito encorajadoras mesmo! :D
    Que o Senhor continue te abençoando muito e que tudo dê certo pra sua viagem!
    Abraços,
    Andréia

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